No dia 8 de julho de 1947, em Roswell (Novo México,
Estados Unidos), o jornal Roswell Daily Record publicou em primeira página a
notícia de que o 509º Grupo de Bombardeiros da então Força Aérea do Exército
dos EUA havia tomado posse dos destroços de um disco voador. Porém, no dia
seguinte o jornal desmentia a história: A notícia sobre os discos voadores
perde o interesse. O disco do Novo México é apenas um balão meteorológico.
Os destroços da nave teriam sido encontrados por um
fazendeiro local. A princípio, o fazendeiro não deu importância e só os
recolheu dois dias depois. Porém, o caso repercutiu na imprensa. O assunto
tomou grande repercussão após o piloto Kenneth Arnold fazer declarações dizendo
que havia visto OVNIs sobrevoando a cidade.
Com a repercussão, o fazendeiro resolveu ir à polícia
informar que em sua propriedade havia destroços que poderiam ser da nave
espacial. O xerife local entrou em contato com as Forças Armadas, que foram à
fazenda verificar a informação. As Forças Armadas então recolheram os destroços
e levaram para sua base. Dias depois, o Exército fez um comunicado informando
que se tratava apenas de um balão meteorológico.
Major Jesse Marcel
Os mitos de Roswell
Baseando-se em relatos de diversas testemunhas
descobertas a partir do Caso Roswell, pesquisadores publicaram os primeiros
livros defendendo a tese de que os destroços de 1947 eram de uma nave
alienígena. São exemplos The Roswell Incident (1980), de Charles Berlitz e
William Moore; UFO crash at Roswell (1991) e The truth about the UFO crash at
Roswell (1994), de Kevin Randle e Donald Schmitt e Crash at Corona, de Don
Berliner e Stanton Terry Friedman (1997).
Ainda que divergissem alguns detalhes, as teorias apresentadas
nesses livros seguiam a mesma lógica básica. Os destroços encontrados em
Roswell seriam de uma nave alienígena que, por algum motivo desconhecido, teria
se acidentado. Ao identificarem os destroços, os militares americanos teriam
iniciado uma campanha de desinformação para acobertar a verdadeira origem do
material, apresentando a versão oficial de que seriam restos de um balão
meteorológico. O material teria sido na verdade encaminhado para análise em
instalações secretas de pesquisa e escondido do público.
Os documentos oficiais
Em 1994, Steven Schifft, congressista do Novo México,
pediu à GAO (General Accounting Office – Escritório Geral de Auditoria) que
buscasse a documentação referente ao Caso Roswell. Quando a USAF recebeu a
petição da GAO, publicou dois relatórios conclusivos sobre o caso: o primeiro,
de 25 páginas, intitulado O relatório Roswell: a verdade diante da ficção no
deserto do Novo México, foi publicado ainda em 1994 e se concentra na origem
dos destroços encontrados. Já o segundo, publicado três anos depois e
denominado O incidente de Roswell: caso encerrado, aborda os relatos de corpos
de alienígenas. No primeiro relatório a USAF afirmava que os restos encontrados
eram de balões do Projeto Mogul, altamente secreto, projetado para detectar
possíveis testes nucleares soviéticos (o primeiro teste nuclear soviético só
aconteceria em 1949). Para isso, detectores acústicos de baixa frequência eram
colocados em balões lançados a altas altitudes. Outros pesquisadores também
chegaram, de forma independente, à relação entre Roswell e o Projeto Mogul:
Robert Todd e Karl Pflock, autores de Roswell: Inconvenient Facts and the Will
to Believe.
Os pesquisadores do Projeto Mogul ainda vivos por ocasião
da investigação foram entrevistados. O equipamento utilizado para pesquisas era
carregado por uma série de balões (inicialmente de neopreno e mais tarde de
polietileno) conectados entre si. Pendurado à série de balões ia um alvo de
radar - uma estrutura multifacetada de compensado recoberto com papel-alumínio
- utilizada para rastrear os balões após o lançamento.
A partir dos registros ainda disponíveis sobre o projeto,
concluiu-se que os destroços encontrados em Roswell seriam provavelmente do
quarto voo, ocorrido em 4 de junho de 1947. Este voo consistia em cerca de
vinte e um balões meteorológicos de neoprene ligados entre si, um microfone
sonda, explosivos para regular a altitude do aparelho, interruptores de
pressão, baterias, anéis de lançamento e de alumínio, três pára-quedas de
pergaminho reforçado de cor vermelha ou laranja e três alvos refletores de
radar de um modelo não normalmente usado no continente dos Estados Unidos.
Já no relatório de 1997, a Força Aérea dos Estados Unidos
afirmou que os estranhos corpos descritos por algumas das testemunhas eram na
verdade bonecos de teste do Projeto High Dive. Concluiu-se que: diversas
atividades da Força Aérea ocorridas ao longo de vários anos foram misturadas
pelas testemunhas, que as lembraram erroneamente como tendo ocorrido em julho
de 1947; os supostos corpos de alienígenas observados no Novo México se
tratavam na verdade de bonecos de testes carregados por balões de alta
altitude; as atividades militares suspeitas observadas na área eram as
operações de lançamento e recuperação dos balões e dos bonecos de testes.
O episódio “Caso Roswell” virou filme em 1994
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