segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O CASO BARNEY E BETTY HILL

O caso desse casal de classe média americana é importante para os estudiosos de ufologia por se tratar da primeira vez em que se estuda profundamente uma inter-relação pessoal entre terrícolas e irmãos do cosmos. Este caso ocorreu nos Estados Unidos, com o casal Barney e Betty Hill, o qual seguia de carro, a passeio, para Portsmouth, no dia 19 de setembro de 1961.

Pretendiam continuar viajando durante a noite, devido a um alerta do serviço meteorológico relativo à possibilidade de um furacão, pois desejavam estar em casa antes que este chegasse. Pararam em um pequeno restaurante em Colebrook, situado na região norte de New Hampshire, para fazer uma refeição rápida. Depois seguiram viagem, pois pretendiam estar em casa por volta de 02h30.

Já ao sul de Lancaster, os dois começaram a observar um objeto que brilhava muito no céu. O aparelho parecia acompanhar o trajeto do carro. Os Hill pararam o automóvel e observaram o UFO através de um binóculo.

Tratava-se de uma nave enorme, de forma discóide, a poucas centenas de metros do solo, apresentando uma cúpula giratória. Betty pôde notar claramente uma fileira dupla do que pareciam ser janelas. Tanto ela como seu marido tiveram a chance de observar através das janelas vários ocupantes do aparelho. Através do binóculo, Barney conseguia ver que alguns dos tripulantes da nave pareciam manejar uma espécie de painel de controle, enquanto o objeto descia lentamente.

Quando a nave pousou, Barney estava fora do carro, enquanto Betty, gritando, insistia para que ele retomasse ao carro. Porém seu marido parecia estar hipnotizado pelos olhos de um dos tripulantes do objeto. Sentiu que estava prestes a ser capturado, correu para o carro, Betty deu partida, mas logo em seguida o casal ouviu um estranho som eletrônico, e os dois foram prontamente envolvidos por um estado de sonolência repentina.

Tudo que aconteceu em seguida ficou bloqueado em suas mentes. Apenas se recordavam de que ouviram outro som estranho e estavam viajando novamente pela estrada. Só tempos depois é que a amnésia começou a incomodá-los, e procuraram ajuda médica. Haviam perdido aproximadamente duas horas transcorridas naquela noite, das quais nada conseguiam se lembrar.

Após sucessivas hipnoses regressivas, realizadas separadamente com Betty e Barney Hili, o doutor Benjamim Simon, um psiquiatra de renome, pôde reconstituir passo a passo os acontecimentos vividos pelo casal. Ambos tinham sido levados para dentro da nave pelos seres, que pareciam usar uniformes.

Barney notou que a criatura que parecia comandar a nave, o único que aparentemente sabia falar inglês, usava um cachecol preto no pescoço, que caía sobre o ombro esquerdo. Segundo o casal, o traço que mais os diferenciava dos humanos da Terra eram os olhos.

Os seres ficaram surpresos quando não conseguiram remover os dentes de Betty, ao contrário do que tinham conseguido com Barney, já que este usava dentadura. Introduziram uma agulha no umbigo de Betty, sendo explicado para ela que se tratava de um teste de gravidez, com uma técnica semelhante que seria utilizada na Terra anos mais tarde, na década de 70. Quando a agulha foi introduzida, a contatada sentiu dor, que foi remediada imediatamente com o toque de uma das mãos do líder na cabeça de Betty.

Além do comandante (líder) e do “médico”, existiam aparentemente dentro da nave mais nove seres. Todos de baixa estatura. Seus corpos pareciam desproporcionais, apresentando um tórax grande, com braços mais compridos. Seus rostos eram planos, apresentando olhos muito grandes. Seu nariz era muito pequeno e a boca não passava de uma fenda. Segundo Betty, o líder e o “examinador” eram diferentes: mais altos, apresentando ainda uma cor de pele diferente. O que mais chamava atenção na tripulação da nave, entretanto, eram os olhos, diferentes de tudo que os Hill tinham visto até aquele momento.

Muito interessante é também a história do mapa estelar observado por Betty Hill dentro da nave. A contatada perguntou ao líder de onde eles eram, afirmando que já sabia que não eram da Terra. Nesse estágio da experiência. Betty observa um mapa retangular, que media em seu eixo maior cerca de 120cm.

Existiam várias linhas ligando as estrelas. Segundo foi explicado para Betty as linhas duplas significavam rotas comerciais, as linhas individuais correlacionavam estrelas que eram visitadas ocasionalmente, e as pontilhadas eram expedições. O líder perguntou se Betty sabia onde estava o nosso sistema no mapa. A contatada respondeu que não. Pouco tempo depois o casal era levado para fora da nave, de onde puderam observar a partida do UFO.

Durante as sessões de hipnose a senhora Hill conseguiu desenhar o referido mapa. De início não foi encontrado qualquer padrão comum entre o mesmo e nossas cartas celestes. Coube a uma astrônoma amadora, a professora Majorie Fish, a identificação das estrelas que apareciam no mapa. Inicialmente, apesar de muitas tentativas, a astrônoma não conseguiu também resultados positivos, mas com o passar dos anos, e a divulgação de novas cartas celestes, que traziam dados mais precisos, relativos às distâncias entre algumas estrelas das nossas vizinhanças cósmicas, foi finalmente encontrado um padrão exatamente igual.

Quando Fish tomou apenas as estrelas próximas de nosso Sistema Solar, que segundo astronomia terrestre teriam condições de possuir planetas adequados à vida surgiu uma carta igual à desenhada por Betty Hill. Com base nesses estudos foi possível identificar o ponto de origem dos extraterrestres. Tudo parece indicar que seriam provenientes da estrela Zeta da constelação do Retículo, a cerca de 36 anos-luz do nosso sistema solar. A validade da interpretação de Fish foi posteriormente confirmada também por astrônomos profissionais. Estava descoberto um dos locais dos discos voadores.

MAPA ESTELAR


UMA ENTREVISTA COM A SENHORA BETTY HILL

Betty Hill foi entrevistada pela revista Argosy, em dia l0 de março de 1978.

Pergunta: Se o Boston Herald não tivesse tornado pública a história de seu seqüestro, em 1965, você – ainda assim – teria cooperado na publicação de um livro referente ao incidente ou tornado-o público de alguma maneira?

BETTY: Não, eu acho que a história teria ficado comigo, Barney e o Dr. Simon. Mas claro, a história do Herald saiu fora de nosso controle e não foi feita com nossa permissão.

Pergunta: Depois de quanto tempo depois de seu seqüestro, vocês voltaram a estrada procurando OVNIs ou outra prova de sua experiência?

BETTY: Desde o principio, começamos a voltar àquela mesma estrada, procurando e tentando encontrar alguma explicação para o que tinha acontecido – o que nós estávamos omitindo.

Pergunta: Você mantêm um caderninho cheio de anotações de avistamentos de OVNIS de todos os tipos, entretanto, você está sempre só quando tais avistamentos acontecem ou você já levou observadores com você?

BETTY: Tenho levado todo o tipo de pessoas. Por exemplo, Jim Voutrot do canal 9 de Manchester (New Hampshire), veio uma noite e teve um excelente avistamento. Tanto que ele filmou o OVNI e mais tarde mostrou o filme na TV (N.T: Voutrot confirmou esta afirmação de Betty).

Pergunta: Você se sente de alguma forma privilegiada de ter visto OVNIS tantas vezes?

BETTY: De forma alguma. Há pessoas por todo o estado (New Hampshire) que tiveram avistamentos, mas eu só ponho mais tempo na coisa e sei o que procurar. Acho que a paciência é a chave de tudo. Vou a vários lugares numa média de três vezes por semana e usualmente gasto cerca de horas numa esticada dessas.

Pergunta: Como se explica que não haja relatos de OVNIS mais oficiais, de pilotos, por exemplo?

BETTY: Se você se decide a contar que viu um OVNI você é levado a sentir-se extenuado só de pensar que você terá de passar por um monte de perguntas, entrevistas e preencher uns montes de papéis, no seu próprio tempo. Ademais se torna um caso impar e quem quer ser levado ao ridículo.

Pergunta: Você pensa que o governo sabe mais do que ele está deixando transparecer?

BETTY: Eu suponho que o governo sabe um bocado. Ninguém pode me convencer do contrário.

Pergunta: Em sua opinião, qual é a principal fonte de informação sobre OVNIS?

BETTY: Sem dúvida, a APRO (Aerial Phenomena Research Organization) em Tucson, Arizona. São totalmente profissionais e realmente sabem das coisas.

Pergunta: Recordando um pouco, há alguma coisa relacionada com o incidente de 1961 que, par uma razão ou outra, possa não ter sido registrada no livro?

BETTY: Depois de uma busca mais ou menos continua, finalmente encontramos o local de nossa captura, em Campton, cerca de 15 a 18 milhas (24 a 29 km) de Indiahead. Preenchia perfeitamente nossas recordações, até por ter um solo de areia fina, que é altamente incomum naquela área. Outra coisa que eu nunca mencionei no livro foi a história dos meus brincos. Cerca de vinte semanas depois do incidente (o seqüestro) voltei para casa com Barney e encontramos algumas folhas secas e um par de brincos meus sobre a mesa da cozinha. A casa estivera trancada e não tivemos idéia de como e porque eles haviam ido parar ali.

Pergunta: O que havia de significativo nisto?

BETTY: Depois de nosso tratamento com o Dr. Simon, eu me lembrava com clareza do líder alienígena dizendo – ou talvez comunicando – para mim: “se quisermos você saberemos onde encontrá-la.” Bem, esses brincos eram o mesmo par que eu usara na noite da captura e ali estavam, devolvidos para mim de alguma forma, com as folhas como lembrança do lugar onde a captura tivera lugar. Ao menos, essa é a minha interpretação, a qual cheguei depois das sessões de hipnose. Antes eu não tinha idéia do seu significado.

Pergunta: Quando Barney estava observando o OVNI, lá no campo, em Indianhead, por que ele sentiu que ia ser capturado?

BETTY: Barney simplesmente recebeu a mensagem (telepáticamente). Eu digo “recebeu a mensagem” querendo dizer que eles se comunicaram com ele de alguma maneira e disseram-lhe para ficar ali e ficar olhando. Quando a nave começou a descer é que ele tirou o binóculo dos olhos e correu de volta para o carro.

Pergunta: Qual a sua opinião sobre a serie de sonhos que você teve depois do encontro?

BETTY: Acho que foi uma maneira natural de começar a lembrar do que o líder havia me instruído para esquecer. Isto é semelhante ao que aconteceu quando o Dr. Simon nos fazia esquecer cada sessão realizada, como dispositivo de segurança, para que não houvesse confabulação entre nós. Dr. Simon sentiu que ao redor da marca de dez dias (após cada consulta), começaríamos a nos lembrar de tudo, automaticamente. Então, ele insistia que o visitássemos cada sete dias e se não tivéssemos tempo para uma sessão completa, deveríamos ao menos ter um reforço na hipnose (N.T.: Betty se refere à sugestão pós-hipnótica de esquecer, a nível consciente, do conjunto de lembranças, obtidas sob hipnose em cada sessão). Uma coisa interessante é que, nos meus sonhos, eu usava objetos mais familiares para descrever o que estava acontecendo. Por exemplo: nos meus sonhos eu pensava que subira uma escada, mas – sob hipnose – lembrei-me de estar subindo uma rampa para entrar na nave.

Pergunta: Qual é sua opinião sobre o mapa estelar que você descreveu sob hipnose e depois desenhou?

BETTY: Acho que tanto quanto se possa imaginar, as duas estrelas grandes, conectadas por linhas grossas e múltiplas, no meu mapa, do Zeta Reticuli I e Zeta Reticuli II. Mas estas estrelas não podem ser vistas das Montanhas Brancas de New Hampshire. Na verdade, temos de estar ao Sul da Cidade do México para vê-las, então obviamente este mapa não foi feito por mim, olhando o céu e desenhando!

Pergunta: Sua experiência com o OVNI e sua tripulação mudou sua vida de alguma forma?

BETTY: A não ser pela publicidade estouvada da revista LOOK e tudo o mais, no começo e até dois anos atrás, quando me aposentei, diria que muito pouco. Continuei com meu trabalho como assistente social do estado e andei muito ocupada com isto. Mas agora, naturalmente, estou mais disponível para a imprensa e para receber relatos de OVNIS e há minha série de palestras. Vocês sabem, eu nunca recebi um tostão pelas conferências, antes. Mas agora que estou aposentada, achei que já era tempo de sobra para ser paga pelo meu trabalho ufológico.

Pergunta: Você tem um agente agora?

BETTY: Sim, sou representada pelo Program Corporation of America. A sede é em Hartsdale, estado de Nova Iorque e eles estão me mandando para lugares como Powell em Wyoming e Centralia, Washington, um monte de lugares. Até gravei um especial para a TV Australiana.

Pergunta: O que você sente sobre o filme “Contatos Imediatos de 30. Grau?

BETTY: É divertido, mas estritamente, Hollywood. Eu ache que o filme jogará muita gente fora dos trilhos se esperarem ver topos de montanha iluminados e tudo aquilo.

Pergunta: No filme, o herói, Roy Neary, entra num OVNI como voluntário. Mas e você? Se você tivesse a oportunidade de ver esses extraterrestres de novo e a chance de entrar na nave, você teria medo? O que você faria?

BETTY: Eu não faria nada disso e acho que ninguém com qualquer quantidade de juízo o fariam também. Absolutamente, não!

Pergunta: Que tal a versão cinematográfica dos extraterrestres?

BETTY: A cabeça estava próxima da minha descrição, mas os corpos pareciam frágeis e quanto aos dedos, bem, quem quer que desenhou as mãos deveria freqüentar um curso de anatomia. São um pouco ridículas

Pergunta: Finalmente o que você achou da “Nave Mãe” no fim do filme?

BETTY: Exagerada, iluminada e grande demais, somente uma invenção da imaginação de alguém. Simplesmente não acontece daquele jeito!