Em 24 de novembro de 1970, ocorreu uma grande onda de
aparecimento de OVNIs nos Estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.
O fato foi testemunhado por centenas de pessoas, em várias cidades, e foi
noticiado por dias seguidos nos jornais impressos e confirmado pela Força Aérea
Brasileira. Além da cidade do Rio de Janeiro, que concentrou a maior parte dos
casos, houve, no mesmo horário, avistamentos em Caconde, São Paulo; Belo
Horizonte, Varginha, Adrelândia; Bicas e Sete Lagoas, em Minas Gerais e na
região do Rio Pomba, no Estado do Rio de Janeiro.
Estado do Rio de Janeiro
Os primeiros avistamentos ocorreram por volta das 18 h, na
região de Barra Mansa, no Oeste do Estado do Rio de Janeiro. Na ocasião várias
pessoas observaram um objeto luminoso cruzando o centro da cidade (Publicado no
Jornal do Brasil - Rio - 28 de novembro de 1970).
Pouco depois, às 19 horas, o objeto foi observado na
região do Rio Pomba, nas cidades de Miracema, Santo Antonio de Pádua e
Itaocara, já próximo ao Rio Paraíba do Sul (Publicado no Jornal do Brasil - Rio
- 28 de novembro de 1970).
Na seqüência os avistamentos vão se sucedendo a partir do
norte do Estado até chegar ao Rio de Janeiro. Por volta das 19 h, objeto foi
observado no Km 14 da Rodovia Rio - Petrópolis por um professor de matemática e
desenhista da Montreal Engenharia. Ele descreveu o objeto como uma espécie de
farol, a 400 metros de altitude, que vinha em linha reta e passou por cima de
seu carro. Ao redor do objeto havia uma espécie de luminosidade clara,
lembrando lâmpada de mercúrio e era silencioso. Mais tarde, quando chegou em
casa relatou o fato à sua esposa e ao seu filho que afirmaram também terem
visto o objeto (Jornal do Brasil - Rio - 26 de novembro de 1970).
Por volta das 19 h ocorreu a maioria dos casos de
avistamento desta data. Na cidade do Rio de Janeiro, centenas de pessoas
testemunharam as evoluções do objeto. No Jardim Botânico, várias pessoas, entre
elas o compositor Gutemberg Guarabira, testemunharam uma luz azul intensa, que
ora pairava no céu, ora se deslocava. Seu diâmetro equivalia a três vezes o
tamanho da Lua Cheia e sua altura estimada estava em torno de 600 metros de
altura (Correio da Manhã - Rio - 25 e 26 de novembro de 1970).
Pouco depois o objeto foi observado sobre a região da
Lagoa Rodrigo de Freitas. Foi descrito como uma luz intensa, que foi esmaecendo
até tornar-se um objeto fosco. Numerosos veículos que passavam pela região
pararam e seus ocupantes ficaram a observar o estranho objeto. Vários moradores
da região também estavam acompanhando o objeto das janelas de seus
apartamentos.
Da praia de Ipanema várias pessoas também avistaram o
objeto. O maitre Astrogildo Santos, do restaurante Barril 1800, e mais 15
pessoas presentes no local observaram o objeto luminoso que vinha em direção ao
mar. Ele também foi descrito como uma forte luz azulada. O objeto deslocou-se
lentamente em direção a uma ilha onde acelerou e desapareceu repentinamente
(Correio da Manhã - Rio - 26 de novembro de 1970).
No horário deste avistamento ocorria uma operação de
treinamento da Força Aérea Brasileira a partir da Base Aérea de Santa Cruz. O
instrutor do "Esquadrão de Reconhecimento Aéreo, confirmou à imprensa que
no momento do treinamento os militares envolvidos observaram um enorme objeto
ovalado a aproximadamente 1000 metros de altitude sobre um morro que separa
Campo Grande do Recreio dos Bandeirantes. O instrutor declarou ao jornal que o
objeto era muito estranho, emitindo forte luminosidade e realizando manobras
erráticas pelo céu, em alta velocidade. Segundo ele, em dado momento, o OVNI
aproximou-se de uma aeronave NA-T6, pilotado pelo tenente Wellington Runivam
que nada viu. Em solo, militares da base também observaram o objeto. Os
tenentes Mendes e Póvoa, e mais 20 soldados, observaram o objeto. Curiosamente,
o subcomandante da Base, Cel. Moura, observou um objeto semelhante, no mesmo
dia e horário, em Campos, onde se encontrava (Jornal do Brasil - Rio - 26 de
novembro de 1970).
Estado de São Paulo
No mesmo horário, 19 h, ocorria um avistamento em
Caconde, São Paulo, tendo como testemunhas sócias do Rotary Clube, que
participavam de um jantar em um hotel da cidade. Todos descreveram um objeto
luminoso, lento e silencioso que se dirigia em direção à Minas Gerais.
Estado de Minas Gerais
Em Minas, os avistamentos ocorreram em várias cidades. Em
Belo Horizonte houve avistamentos por volta das 19 h (Jornal o Estado de São
Paulo - 25 de novembro de 1970). Em Adrelândia o avistamento ocorreu por volta
das 19 horas, com várias pessoas observando um objeto circular (Jornal do
Brasil - 13 de dezembro de 1970). Em Bicas, o avistamento deu-se às 19 h.
Várias pessoas observaram um objeto circular luminoso sobre a cidade (Jornal do
Brasil - 13 de dezembro de 1970). Em Varginha, o avistamento aconteceu por
volta das 19 horas quando centenas de pessoas da cidade avistaram um objeto
emitindo luz intensa passar muito próximo a um prédio de três andares.
Posteriormente houve relatos semelhantes na Rodovia Fernão Dias e nas cidades
de Campanha e Lavras (Jornal O Globo - Rio - 7 de dezembro de 1970). Dentro
desta onda, talvez o avistamento mais interessante seja o ocorrido em Sete
Lagoas, por volta das 3 horas da manhã. Dona
Maria Gonzales Silveira, percebeu uma luminosidade pela janela. Curiosa foi
verificar o que estava causando aquela luz. Ao chegar à janela observou um
objeto em formato discóide, suspenso no ar. Ele tinha aproximadamente 6 metros
de diâmetro e era circundado por anéis de diversas tonalidades. O estranho
objeto subiu, emitindo um ruído abafado. As luzes que o rodeavam passaram a
girar em alta velocidade e pouco depois o objeto sumiu. No dia seguinte,
descobriu-se uma estranha marca em seu quintal, onde a grama estava queimada e
onde havia um cheiro diferente. Centenas de pessoas na região estiveram no
local para ver a estranha marca (Correio da Manhã Rio - 1º de dezembro de
1970).
Esta pequena onda ufológica não foi a única em seu
gênero. Na literatura ufológica temos vários exemplos de ondas ufológicas de
curta duração, mas de forte intensidade. Neste caso, em específico, os
avistamentos começaram em 21 de novembro, tendo avistamentos esparsos sobre o
Estado do Rio de Janeiro, e principalmente em sua capital, que por dias
seguidos foi sobrevoada por estranhos objetos, culminando com um avistamento em
massa no dia 24 de novembro. Ainda naquele período outros casos ocorreram na
região sudeste, embora a maioria não tenha sido divulgada pela mídia.